domingo, 20 de setembro de 2009

(m)


RESPOSTA À RESPOSTA AO Q

o vício não é um remédio para a saudade, é apenas um entre tantos calmantes para essa falta, mais um que nos embala dessa ausência e sim, a saudade necessita de medicamento, de paliativo, dependendo do que sentes falta, pessoa, momento ou país; existe uma hierarquia de saudade, existe! e consome-nos sempre, sim, estará sempre presente, fantasma do antes.

saudade é um espectro demasiado vasto para que a resumas sob o nome de doença - mas é também uma doença e a nossa saudade, a saudade do povo luso é a nostalgia total, não a mísera te hecho de menos espanhola ou homesick inglesa, tão estreitas e simples! a nossa é de alma e da carne junto ao osso e do osso todo, de vísceras e de tutano! é um estigma judaico que nos acompanha em culpa de merda! é necessário expulsar estas culpas e estas ausências.

agora a outra saudade, essa de gente querida que se nos ausenta por meses, essa é extinguível! basta reencontrar-te aqui junto a estes braços embalada em abraço longo. eu anestesio-me porque sou assim mesmo e por vezes a nostalgia serve-me como outro pretexto - esta melancolia que em português se confunde e intersecta com saudade.

atrevo-me a dizer que saudade é muito mais vasta do que qualquer saudosismo, melancolia ou nostalgia, junta-as todas e é a palavra mãe ou pode ser pequena, só para ti, com esse desejo de voltar.

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